A Reforma Tributária será a maior mudança no sistema tributário brasileiro das últimas décadas, com impactos diretos em diversas áreas da economia.
Nesse contexto, com a sanção da Lei Complementar nº 214/2025 e a aprovação do texto-base do PLP 108/24, o Brasil inicia uma nova era tributária com a implementação do IVA Dual.
Isso afeta a forma como o governo cobra os tributos, principalmente com a introdução do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Ou seja, IBS e CBS irão substituir tributos como ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI.
A partir disso, neste post, veremos as mudanças mais importantes que vêm com a reforma tributária em 2026, os desafios e as oportunidades que ela traz para as empresas, e como você pode se preparar para esse novo cenário fiscal.
O que são IBS e CBS?

A Reforma Tributária introduz dois novos impostos principais, IBS e CBS, que substituirão cinco tributos já existentes, incluindo ICMS, ISS, PIS, Cofins e IPI.
- IBS (Imposto sobre Bens e Serviços): o IBS substituirá o ICMS, ISS e parte do IPI. Ele será de competência compartilhada entre estados e municípios, e vai tributar a circulação de mercadorias e a prestação de serviços.
- CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços): a CBS substituirá PIS e Cofins, e será de competência federal. Este tributo tem o objetivo de simplificar a arrecadação e torná-la mais eficiente, além de promover a não cumulatividade dos impostos, permitindo que empresas se creditem dos tributos pagos nas etapas anteriores.
Leia no blog: Que impostos incidem sobre o transporte de cargas?
Principais mudanças com a Reforma Tributária 2026
Acompanhe quais serão as mais impactantes.
1. Substituição de tributos
A principal mudança promovida pela Reforma Tributária 2026 é a substituição de cinco tributos importantes por dois novos impostos: IBS e CBS.
Dessa forma, haverá uma simplificação tributária e distorções existentes no sistema atual, como a cumulatividade de impostos, serão resolvidas.
Com a criação dos impostos IBS e CBS, o Brasil passa a adotar um modelo tributário baseado no IVA, sistema amplamente utilizado em outros países, que é mais transparente e eficiente.
2. Adoção do princípio da tributação no destino
Uma das maiores alterações trazidas pela Reforma Tributária é a adoção do princípio do destino para a cobrança do imposto.
Isso significa que IBS e CBS serão cobrados no local de consumo, ou seja, onde o bem ou serviço é efetivamente utilizado. Consequentemente, elimina-se a guerra fiscal entre os estados e torna o sistema mais justo.
Para o setor logístico, a mudança terá um grande impacto, já que a tributação no destino vai afetar estratégias de precificação e gestão de rotas. As empresas terão que se adaptar para que as estratégias logísticas e os fluxos de caixa estejam alinhados com o novo sistema.
Impactos da Reforma Tributária no setor logístico
Diante desse cenário, separamos as principais mudanças.
1. Transição para a tributação no destino: um novo paradigma
A implementação do princípio da tributação no destino exigirá reestruturações nas empresas do setor logístico. Como resultado, essa mudança vai impactar diretamente a localização dos centros de distribuição e roteirização de entregas.
- Reconfiguração estratégica de operações: as empresas precisarão avaliar as localizações dos centros de distribuição (CDs), além de revisar as rotas de transporte e as estratégias logísticas.
- Previsibilidade fiscal aprimorada: com a tributação no destino, as empresas terão maior segurança jurídica e previsibilidade dos custos de frete e tributos, facilitando o planejamento financeiro.
2. Simplificação das obrigações fiscais
Com a unificação do ICMS e do ISS no IBS, a burocracia será significativamente reduzida. A padronização das regras fiscais vai proporcionar mais eficiência operacional para empresas do setor logístico, que muitas vezes enfrentam uma complexidade de regras e alíquotas variadas entre estados e municípios.
3. O impacto das alíquotas do IBS no setor de serviços logísticos
Como o ISS será incorporado ao IBS, o setor de serviços logísticos poderá ter um aumento significativo nas alíquotas do imposto.
Isso inclui serviços de armazenagem, transporte e movimentação de cargas, que poderão ter custos tributários mais altos com a reforma.
- Aumento da carga tributária: o aumento da alíquota do IBS afetará diretamente o custo de operações de empresas de serviços logísticos, especialmente aquelas que atuam com frete e transporte de mercadorias.
- Avaliação de custos: as empresas terão que revisar seus modelos de negócios, considerando as novas alíquotas e possíveis ajustes de preços para manter a competitividade.
Saiba mais no blog: Planejamento tributário na logística.
Desafios e oportunidades para as empresas

Por outro lado, com a Reforma Tributária em vigor, será necessário ajustar os sistemas fiscais das empresas para atender às novas exigências, como a emissão de notas fiscais e o controle de créditos tributários.
- Atualização de ERPs: as empresas precisarão atualizar seus sistemas de gestão tributária e software fiscal para garantir que as mudanças nas alíquotas e nos processos de apuração de impostos sejam corretamente implementadas.
1. Riscos e impactos financeiros
A transição para o novo sistema tributário pode gerar desafios financeiros para as empresas, especialmente para aquelas que dependem de creditamento de tributos em etapas anteriores, como o ICMS e o ISS.
- Gestão do fluxo de caixa: a apuração simultânea de tributos e o split payment (pagamento dividido) vão exigir uma gestão financeira mais cuidadosa, com ajustes nas margens de lucro e necessidade de capital de giro.
2. Consultoria tributária especializada
Empresas que não se adaptarem rapidamente à nova realidade tributária podem enfrentar risco de não conformidade. Por isso, contar com consultoria tributária especializada será essencial para:
- Ajuste estratégico das operações fiscais.
- Análise de impacto tributário nas margens de lucro.
- Revisão de contratos e planejamento tributário.
Leia no blog: Qual é a importância do planejamento tributário para o setor de logística?
O que esperar para 2026?
A partir de 2026, começa a fase de transição para o novo sistema tributário. Empresas precisarão adaptar suas operações para conviver com os antigos e novos impostos ao mesmo tempo.
- Fase de testes: a alíquota do IBS e da CBS será aplicada de forma simbólica nos primeiros meses de 2026, permitindo que as empresas ajustem seus processos fiscais.
- Impacto no fluxo de caixa: o Split Payment vai alterar a forma como o imposto é pago em tempo real, impactando diretamente o fluxo de caixa das empresas.
Conclusão
A Reforma Tributária 2026 trará mudanças estruturais significativas para as empresas, especialmente para o setor logístico.
A simplificação tributária e a eliminação da cumulatividade permitirão uma gestão fiscal mais eficiente, mas exigem adaptações nos processos operacionais e fiscais das empresas. Com a preparação adequada, as empresas podem transformar esse cenário em uma oportunidade de crescimento.










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